O Doente Imaginário (2024)




O Doente Imaginário foi para Molière o último acto. Em 17 de Janeiro de 1673 quando representava o papel do protagonista sofreu um colapso repentino que o levou à morte. Sucumbiu no quarto dia de apresentações representando o seu próprio sofrimento e brincando com a possibilidade da sua morte em cena.
Esta, que foi a última das suas peças, não foge à matriz presente em toda a sua obra e, põe a nu, a malvadez, a mesquinhez, a falsidade e a capacidade de manipular através da mentira e da aparência. E, sobretudo, aponta para o caracter de algumas relações pessoais e sociais que são pautadas pelo cinismo e pelo interesse económico.
Assim, coloca em cena uma série de personagens tipo que
compõem o leque social: um burguês rico, hipocondríaco, que manipula todos em seu redor para merecermais atenção e obter todos os proveitos, e que sempre procura uma oportunidade para ganhar mais dinheiro, de forma desonesta; uma mãe e uma filha definhadas que se submetem a caprichos do protagonista por falta de coragem, força e carácter; um médico e um farmacêutico, ambos charlatães, quese aproveitam de falta de instrução dos seus pacientes para venderem placebos ou medicamentos que
não curam.
E uma empregada, com grande esperteza, que consegue ver melhor que os demais e que, não sendo personagem tipo, entra na trama para elucidar o leitor/espectador sobre a verdade dos acontecimentos e sobre o caracter das personagens. Ora, face à trama e a todos os ingredientes que a peça contém facilmente a conseguimos enquadrar nos dias de hoje.
Elenco:
Helena Macedo| Rui Pisco| Leonel Parreira | Ana Sofia Cunha | Marco Quintino | Diana Narciso
Ficha Técnica:
Encenação e Adaptação: Tiago de Faria | Cenografia: a designar | Música – Cláudio Pereira | Figurinos- Helena Macedo | Luz e Som - a designar | Produção - Paula Coelho
Design - Catarina Pisco | Divulgação - Ricardo Vilhena e Mónica Santos